sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

9 – Um caminho quase sem volta...

9 – Um caminho quase sem volta...

No prédio que eu morava iria acontecer uma festa com umas meninas que meus amigos conheceram numa balada e eu estaria lá com certeza, como sempre fui um pouco tímido decidi então ficar na minha apenas curtindo a festa pois não conhecia ninguém a não ser os meus amigos que lá estavam. As horas foram passando, as músicas rolando e bebidas era o que não faltava e foi ai que a coisa complicou. Os vizinhos haviam começado a reclamar das músicas altas fora a gritaria e o barulho que estávamos fazendo pois estávamos desrespeitando a lei do silêncio que existe em todo condomínio mas como eu estava no meio nem me atentei quanto ao horário muito menos com as reclamações. Eu estava achando o máximo tudo aquilo, afinal eu acreditava que não tinha nada a perder então o que era um cigarro ou até mesmo me embriagar, afinal, tudo seria uma festa.
O imprevisto é algo incrível e mal sabíamos que algo de ruim poderia acontecer naquele dia em avisar. Umas das moças que estavam conosco abusou demais da bebida sem contar que descobrimos que ela havia fumado maconha num dos quartos junto com uns rapazes e foi ai que ela desmaiou horas depois no banheiro e nada conseguia levantar esta moça, ela estava toda mole e ai foi aquela correria e medo pois a família dela nem sabia direito onde ela estava e a nossa sorte foi que as três primas delas estavam lá na festa e ajudaram a cuidar dela. Tentei fazer a minha parte de cavalheiro e fiquei com elas todo o tempo enquanto todos os outros rapazes da festa não estavam preocupados com nada. A preocupação foi tanta que me dispus a ficar ali apoiando sempre e a cada dez minutos eu sempre estava verificando o estado dela e vendo se ela melhorava ou se precisava de algo. Dentro destes imprevistos eu conheci uma japonesa chamada Juliana e  naquele momento eu não me interessei por ela afinal uma pessoa precisava de ajuda e não tinha como pensar outra coisa a não ser naquele momento. Logo pela manhã a levamos na farmácia e eles nos indicaram para levá-la para o hospital mais próximo para tomar glicose porque o caso dela era meio perigoso. Imediatamente aceitamos a indicação do farmacêutico e fomos até o hospital do Tatuapé e após a medicação e liberação eu fui embora e os pais da menina que desmaiou teve de ir buscá-la porque ela estava muito fraca. Ao me despedir das meninas uma delas pediu o número do meu celular alegando que queria marcar algo naquela semana e eu sem pensar em maldade alguma, lógico que aceitei. Aquele domingo estava sendo recheado de histórias malucas e o que era para ser uma festa qualquer quase se tornou em tragédia pelo fato do álcool e drogas não trazer beneficio algum para qualquer ser humano.
Na segunda feira fui trabalhar normalmente com a mala cheia de documentos e andando feito um camelo debaixo de sol pelas ruas do centro da cidade, mas com uma esperança de que algo pudesse acontecer. Ao regressar do trabalho por volta das 18h30min, liguei para uma das meninas para ver como estava a moça que havia passado mal e aproveitei para perguntar sobre a Juliana e para minha felicidade ela estava lá e logo marcamos um encontro para a sexta feira da mesma semana no Shopping Paulista para podermos relembrar os momentos e conversar um pouco, afinal, no dia da festa toda a atenção estava focada na moça que havia passado mal. A semana parecia não passar de jeito nenhum e a sexta parecia que nunca iria chegar e eu contava as horas para chegar a noite para o nosso reencontro. Como combinado eu cheguei no horário marcado e não demorou muito para que chegasse a Juliana japonesa e suas primas. Fiquei muito feliz quando eu vi a Juliana e não digo que foi amor a primeira vista, mas confesso que vi corações no ar. Ficamos horas conversando naquela noite e foi uma conversa bem especial e eu não sabia que a Juliana estava afim de mim e mal sabia que as primas delas já haviam planejado para que eu ficasse com a Juliana. Por volta das 23h00min nos deparamos com o horário e nisso saímos correndo para não perdermos o metrô e o ônibus pois ambos moravam longe dali e na metade do caminho esta moça que me encantou ficou do meu lado e segurou minha mão e logo largou, ali eu senti que seria um momento único e foi quando eu tomei a iniciativa de parar ela em plena avenida Paulista e dizer:
- Pare, algo está errado, ela me olhou com aquele olhar fumegante talvez com medo ou receio e eu apenas olhei no fundo dos seus olhos negros e nos beijamos naquela noite. Naquele momento eu não queria saber se estava longe ou perto de casa eu apenas não queria parar. Estava sendo tudo muito mágico e muito lindo e quando estava tudo indo bem demais começamos a ouvir gritos e quando olhamos percebemos que era as primas dela dizendo que já se passava das 23h30min. Por um pequeno instante olhamos um para o outro e começamos a correr como loucos na Avenida Paulista para não perdermos a condução de volta pra casa. A noite estava fria e a Juliana estava só de calça Jeans, blusinha preta com uma bolsa azul clara e na hora fiz questão de oferecer minha blusa azul para que ela se aquecesse mas ela se recusava de aceitar tal gesto. Assim que chegamos a Estação da Sé todos nós descemos e nos despedimos e quando o outro trem chegou a plataforma eu esperei ela entrar e quando o trem estava fechando as portas eu joguei a blusa para ela e disse que ela poderia precisar no caminho e como a porta era transparente eu pude ver ela cheirando minha blusa e sorrindo e antes do trem sair ela me acenou um simples tchau e aquilo nos separava naquele momento.
A semana estava bem cansativa e eu ainda iria trabalhar no dia seguinte que era sábado mas um pequeno imprevisto aconteceu naquela noite, ao chegar no metrô Penha não tinha mais uma lotação se quer e foi quando eu sai perguntando para todo mundo se alguém sabia se iria ter mais alguma lotação e foi quando um rapaz que estava fechando a barraca me falou que ele estava indo embora e se eu quisesse poderia ir com ele. Confesso que aceitei orando muito a Deus o convite daquele homem pois não sabia ele era do bem e nem o que ele fazia. Pensei comigo mesmo naquele momento se talvez ele pudesse estar levando alguma coisa errada dentro do seu carro e temia de ser parado pela policia.
Ao entrar no carro fiquei com grande medo mas fomos seguindo em frente e eu orando muito a Deus e tudo aquilo que estava sendo bom demais naquela noite estava quase terminando em medo mas graças a Deus minhas orações foram ouvidas e o rapaz acabou de deixando na avenida próxima de casa. Assim que desci do carro, eu o agradeci e disse que Deus o abençoaria pelo favor prestado naquela noite. Nunca mais encontrei aquele homem que me deu um carona e ele seguiu seu caminho rumo a sua casa. Tenho certeza que foi uma provisão de Deus e um cuidado pela minha vida e eu teria de vir a pé e o caminho além de escuro é perigoso demais e realmente Deus cuida dos seus e eu fui escolhido assim como você desde o ventre da minha mãe.
Quando cheguei ao prédio que eu morava eu logo acendi um cigarro e comecei a contar para o Oswaldo que era porteiro o que havia me acontecido e ele riu demais de mim. Aos poucos comecei a me a acalmar e voltar a lembrar de tudo que ocorrera naquela noite e no dia seguinte eu teria história para contar no trabalho e seria um dia de sábado você acredita? Trabalho no sábado? Infelizmente a resposta é: Sim. Eu trabalhava ao sábado normalmente como qualquer outra pessoa pois eu não conhecia a lei e mal conhecia a Deus, o que eu fazia raramente era ir à missa e lá eu falava com Deus da forma que eu entendia. No sábado fui trabalhar e foi um dia diferente, eu cantei a manhã toda e o sorriso estava estampado em meu rosto, todos perguntavam o que havia acontecido e eu dizia apenas a mesma frase: não sei, só sei que conheci menina que era muito bacana. O que eu não sabia era que ela seria uma porta para eu conhecer pessoas que usavam drogas e que não pensavam em conseqüências.
Minha família por parte de mãe sempre foi um pouco complicada e infelizmente nunca foi unida e com isso os palavrões começavam de manhã e não tinham ora para terminar, minha avó expulsava todo mundo de casa e tudo isso fora me sufocando de tal maneira que eu queria sair dali e ter paz, uma paz diferente que eu não encontraria no meu lar. Caro leitor eu lhe digo: Se você tem um lar Cristão, agradeça a Deus por isso todos os dias porque é horrível você não ter um lar onde você não tenha vontade de voltar e ficar com sua família.
Através desta moça que conheci passei a conhecer pessoas diferentes e freqüentar lugares que a droga rolava solta e eu me perguntava sempre: O que eu estou fazendo aqui? E dizia pra mim mesmo que não deveria estar naquele lugar. Isso é o que acontece quando estamos nas mãos do inimigo, ele deseja nos humilhar e fazer com que nós venhamos a estar na sarjeta e na lama e tudo aquilo que ele lhe der será em vão e você certamente não será feliz, poderá ter felicidade temporária, mas a felicidade verdadeira e pura somente vem somente de Cristo. E foi justamente Cristo que não me deixou entrar nessa vida que para muitos pode ser sem volta e quantos de nós quer dar um tempo na Igreja e ir conhecer o mundo achando que nele irá encontrar a felicidade e até mesmo encontrar pessoas melhores que os membros da igreja, eu lhe garanto com toda certeza do mundo que todas as pessoas que foram para o mundo encontraram um muro e bateram a cabeça e muitas vezes estas marcas deixaram seqüelas e quando não, colocam a própria vida a prova, a vida que não nos pertence.
Hoje eu estou aqui para poder lhe dizer isso mas talvez eu não estaria se Deus não tivesse um plano de salvação pra minha vida. Você já se perguntou quantos não estão mais contigo na igreja por ter seguido caminhos que o Senhor não planejou? A Bíblia diz : “Há caminhos que ao homem lhe parece bom e direito, mas o fim dele são caminhos de morte”. (Pv 14:12)
Quando estamos no mundo achamos que tudo é festa e que tudo é bom, mas as más amizades corrompem os bons costumes (1ºCo:15:33 ). Achei que esta moça iria me trazer algum bem quando na verdade, eu quase me entreguei as drogas mas Deus nunca permitiu e acredite pois eu cheguei até a pensar em fugir de casa e me envolver com pessoas que Deus não queria para minha vida e hoje sou grato pelo livramento que Deus me deu e sei que ELE fez com que acontecesse coisas que me afastassem de amizades más que certamente me levariam para ruína e foi quando eu decidi cortas os laços de amizades que eu tinha com aqueles que eu acreditava serem amigos e hoje vejo o quanto o amor de Deus é imenso por cada um de nós e se não fosse Cristo em minha vida. Se não fosse Seu imenso amor por mim, hoje eu poderia estar ser um bandido, um viciado ou estar até morto.
A última vez que estive com eles havia recebido a noticia de que uns fora para o exterior, outros se entregaram nas drogas e as meninas já eram mães. Este último encontro ocorreu após uma visita na Casa de Davi que eu sempre visitava com alguns amigos pois eu com a ajuda de Cristo havia conseguido uma grande doação de alimentos para esta casa de crianças excepcionais. O meu ex patrão era uma das melhores pessoas que conheci profissionalmente e ele sabendo que eu sempre visitava esta casa, fez uma grande doação para eles e eu sabia que ele sempre ajudava algumas instituições e quando fui pedir a ele uma ajuda para a Casa de Davi ele não hesitou e apenas pediu a lista completa e logo em seguida mudou de idéia e disse que eu poderia falar com sua secretária para que ela providenciasse tudo que eu precisasse. Ao sair da sala do meu ex-patrão eu comecei a chorar de felicidade pois eu iria poder ajudar um lugar que eu amava muito e me lembrei de que Jesus dizia que é melhor dar do que receber
(At:20:35). Pude sentir uma felicidade tão grande no coração, confesso que fiquei muito feliz e só de lembrar deste feito vejo que nada fiz pois isto deveria ser feito por todos nós todos os dias e não esporadicamente porque o nosso próprio mestre nos ensinou a ajudarmos ao nosso próximo.
Agradeço a Deus por seu imenso amor e por me retirar de mais um caminho de morte que eu estava seguindo por decisões erradas.



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